A preguiça é meu hack de organização.

Digo com propriedade: todos meus sistemas são desenvolvidos com a ideia de que eu sou preguiçoso.

Eu não vou anotar tudo que eu gasto, não vou rastrear meus hábitos, eu vou começar um livro e vou parar pra ler fofoca do Athletico no Twitter.

Você deveria ser assim também, isso vai te ajudar e muito.

Quem vê de fora pode achar ao contrário, mas eu não gosto de trabalhar e me irrita profundamente patinar pra tomar uma decisão. Minha reação imediata e talvez a frase que mais repita é: “putz, mano, que preguiça”.

Mas abracei esse pecado capital com todo afinco como quem faz resoluções no ano novo e jamais largarei.

O primeiro alvo da minha preguiça foi o plano de carreira. Não tenho um. E o fato de não tê-lo me ajuda a tomar melhores decisões porque eu sei o que eu não faria nem que me pagassem.

O segundo foi a estrutura de propostas e acompanhamento comercial que montei no escritório. Eu levo 4 minutos cronometrados para redigir uma proposta com todo plano estratégico de desenvolvimento do projeto.

Eficiência? Performance? Business Intelligence?

Não: Só Preguiça mesmo!

Chato demais redigir tudo toda vez. Por isso montei o sistema com variáveis que calculam o preço a partir do custo de projeto que se baseia em custos diretos (hora x valor) e custos indiretos do projeto do escritório com textos padronizados escolhidos numa tabela de excel.

Junto tudo isso num template de apresentações que montamos com o google workspace com links diretos para cases de projetos e assim estruturo um pitch de vendas em 15 minutos.

Agora eu tenho preguiça de fazer pitch de vendas, mas não vem ao caso.

Terceiro, a famigerada prática de estudo de viabilidades para empreendimentos imobiliários. É um trabalho desgastante; de tentativa e erro; gera planilha; pedem revisão; você revisa diversas vezes e no fim o dono do terreno desiste e você não ganha nada.

O problema é que ninguém sabe o que quer quando começa um estudo de viabilidade, e esperam que você diga. Quando você finalmente diz, a resposta é: “não era bem isso que estávamos pensando”.

Pois bem, nada resiste à minha preguiça. Cataloguei todas as variáveis do zoneamento da cidade, entendi quais eram as relevantes e construí um “gerador de retângulos” imobiliários que me retornam agora uma planilha preliminar com todos os valores necessários para um empreendimento.

Acho incríveis apps paramétricos que geram o envelope do empreendimento no terreno, programar no python, grasshopper, dynamo, gdl, mas putz, mano, que preguiça. Fiz aqui no google sheets, me resolve, tem sido fácil, 20 minutinhos e a viabilidade tá pronta, gastei nada além da assinatura. Tá ótimo.

Daí conheci o Notion.

Você não tem “noção” como você precisa do Notion (só não tenho preguiça de trocadilhos infames).

Ele é grátis, no-code, simples, flexível e o melhor de tudo: é bonito.

Mas a armadilha da ansiedade pela produtividade aparente tá ali do ladinho dos milhares de templates, segundos cérebros, sistemas, habit-trackers e to-do-lists que resolvem todos os seus problemas. Faz mal e te deixa ansioso, não recomendo.

Por isso comecei a publicar meus templates, que vão desde um sisteminha pra ajudar a escolher privada e papeleira de banheiro, até um tracker financeiro simples e eficiente pra você que, assim como eu, sabe que não é uma empresa e só precisa entender mais ou menos quanto pode gastar no mês.

É chato demais gente que mastiga conteúdo e arrota eficiência.

Por isso esse é o melhor hack de produtividade que eu conheço: seja mais preguiçoso, trabalhe melhor, tenha uma vida mais tranquila e baixe meus templates no gumroad.com/gabrielzem